Musica

terça-feira, 16 de abril de 2013

Conversando com Surrendra



O que Começou com um Hobby Virou Parte Essencial de Minha Vida

Dançar era um sonho antigo.  Quando eu tinha tempo não tinha dinheiro e quando tinha dinheiro eu não tinha tempo.
Um dia fui numa escola de ballet procurar por aulas de jazz e vi escrito na grade de horários da escola: DANÇA DO VENTRE.
Hoje, isso é super comum, mas em 1997 dança do ventre era algo totalmente inusitado.
Marquei de ir ver a aula e foi amor a primeira vista.
Não pensei duas vezes e me inscrevi. Para mim era difícil, pois naquela época dança do ventre era um hobby meio caro e eu ganhava só um salário. Mas persisti
nisso. Ensaiava todos os dias em casa e contava o tempo de ter mais uma aula.
O tempo foi passando e muita gente entrou e saiu da dança. A maioria das meninas fazia dança do ventre por hobby e para mim era mais que isso. Talvez seja isso o motivo de ter insistido quando muita gente saiu.
Tive vários problemas no caminho mas a dança não deixou a minha vida.
Tive problemas com minha professora. A gente passou a pensar diferente e aí aquela sintonia do início sumiu e na minha cidade não tinha outra escola que  pudesse procurar. Isso me fez ficar desanimada até parar de fazer aulas por um tempo.
Dança do ventre numa cidade do interior é duas vezes mais difícil.
Naquela época não tínhamos a internet para nos auxiliar e manter contato com outras pessoas que praticavam a dança. Não tinha muita informação sobre a dança por aí. Era tudo muito caro e fora do meu alcance. E isso me frustrou de certa forma.

Hoje a situação é diferente. Mesmo as coisas ainda sendo caras, tudo esta ao alcance de todos.
Com um pouco de esforço podemos ter um traje lindo, participar daquele evento em outro estado, ter aulas com aquela bailarina famosa que é sua ídola.
Mesmo assim insisti na dança do ventre. Continuei dando aulas e um dia uma amiga me chamoupara ir em BH fazer aulas com a Nanda Najla.
Minha empolgação inicial voltou porque Nanda tinha um estilo diferente, trabalhava o ventre, fusões e tribal.
Conhecer o tribal algo renovador na minha vida. Parecia algo que eu procurava a muito tempo e finalmente tinha encontrado. Um dança sem fronteiras que permitia que minha imaginação fosse além. 

Tanta novidade na dança e estava ali tão perto de mim. Fiz algumas aulas com a Nanda e me aventurei a ir a São Paulo participar de workshops, algo que para mim era mais que novidade.
Acho que foi isso que me prendeu na dança do ventre. A possibilidade de estar sempre diante de um novo desafio. De poder sempre estar testando seus limites. É claro que nada é fácil e é necessário muito empenho e dedicação que será sempre recompensado no final de cada ciclo.
Depois de ter consolidado minha carreira como professora e bailarina na minha cidade parti para outro desafio que foi me mudar para BH e começar tudo de novo.
Novos ares, novas pessoas, novos desafios...
Em BH venho trabalhando o tribal como minha maior referência e além dos meus estudos habituais também estudo o ATS, que apesar de ser também um estilo tribal é uma dança diferente do fusion.
Comecei com o ventre e agora além dele tenho as fusões, tribal fusion e ATS.

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