O que Começou com um Hobby Virou Parte Essencial de Minha Vida
Dançar
era um sonho antigo. Quando eu tinha tempo não tinha dinheiro e quando
tinha dinheiro eu não tinha tempo.
Um dia
fui numa escola de ballet procurar por aulas de jazz e vi escrito na grade de
horários da escola: DANÇA DO VENTRE.
Hoje,
isso é super comum, mas em 1997 dança do ventre era algo totalmente inusitado.
Marquei
de ir ver a aula e foi amor a primeira vista.
Não
pensei duas vezes e me inscrevi. Para mim era difícil, pois naquela época dança
do ventre era um hobby meio caro e eu ganhava só um salário. Mas persisti
nisso.
Ensaiava todos os dias em casa e contava o tempo de ter mais uma aula.
O tempo
foi passando e muita gente entrou e saiu da dança. A maioria das meninas fazia
dança do ventre por hobby e para mim era mais que isso. Talvez seja isso o motivo
de ter insistido quando muita gente saiu.
Tive vários
problemas no caminho mas a dança não deixou a minha vida.
Tive
problemas com minha professora. A gente passou a pensar diferente e aí aquela sintonia
do início sumiu e na minha cidade não tinha outra escola que pudesse
procurar. Isso me fez ficar desanimada até parar de fazer aulas por um tempo.
Dança do
ventre numa cidade do interior é duas vezes mais difícil.
Naquela
época não tínhamos a internet para nos auxiliar e manter contato com outras
pessoas que praticavam a dança. Não tinha muita informação sobre a
dança por aí. Era tudo muito caro e fora do meu alcance. E isso me frustrou de
certa forma.
Hoje a
situação é diferente. Mesmo as coisas ainda sendo caras, tudo esta ao alcance
de todos.
Com um
pouco de esforço podemos ter um traje lindo, participar daquele evento em outro
estado, ter aulas com aquela bailarina famosa que é sua ídola.
Mesmo
assim insisti na dança do ventre. Continuei dando aulas e um dia uma amiga me
chamoupara ir em BH fazer aulas com a Nanda Najla.
Minha
empolgação inicial voltou porque Nanda tinha um estilo diferente, trabalhava o
ventre, fusões e tribal.
Conhecer
o tribal algo renovador na minha vida. Parecia algo que eu procurava a muito
tempo e finalmente tinha encontrado. Um dança sem fronteiras que permitia que
minha imaginação fosse além.
Tanta
novidade na dança e estava ali tão perto de mim. Fiz algumas aulas com a Nanda
e me aventurei a ir a São Paulo participar de workshops, algo que para mim era
mais que novidade.
Acho que
foi isso que me prendeu na dança do ventre. A possibilidade de estar sempre
diante de um novo desafio. De poder sempre estar testando seus limites. É claro
que nada é fácil e é necessário muito empenho e dedicação que será sempre
recompensado no final de cada ciclo.
Depois de
ter consolidado minha carreira como professora e bailarina na minha cidade
parti para outro desafio que foi me mudar para BH e começar tudo de novo.
Novos
ares, novas pessoas, novos desafios...
Em BH
venho trabalhando o tribal como minha maior referência e além dos meus
estudos habituais também estudo o ATS, que apesar de ser também um estilo
tribal é uma dança diferente do fusion.
Comecei
com o ventre e agora além dele tenho as fusões, tribal fusion e ATS.